O ZUNZUM DE MARLENE VIEIRA E O FRISSOM DE UMA ABERTURA EM TEMPOS DE PANDEMIA - Senhor Estilo
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O ZUNZUM DE MARLENE VIEIRA E O FRISSOM DE UMA ABERTURA EM TEMPOS DE PANDEMIA

À beira-rio, num edifício de linhas modernas assinado pelo arquitecto Carrilho da Graça, o Zunzum pretende apresentar um novo conceito gastronómico

 

Para um restaurante ter sucesso, ele precisa, sem dúvida, de excelente comida, boa luz, ambiente agradável, atendimento simpático e claro, bebidas de qualidade. O Zunzum acaba por ter tudo isso e algo (raro) à mais: alma!

Esse gastrobar irreverente e trendy abre em meio a um período conturbado para a restauração, em que a única certeza é a incerteza. Numa atitude heroica e corajosa, a chef Marlene Vieira (Panorâmico, corner Marlene no Time Out Mercado da Ribeira, Sála de João Sá) presenteia Lisboa com um restaurante de alta-gastronomia, mas a preços acessíveis, com muita pinta e carismático.

Fica no Terminal de Cruzeiros de Lisboa e promete ser o novo spot da cidade. À beira-rio, num edifício de linhas modernas assinado pelo arquitecto Carrilho da Graça, o Zunzum pretende apresentar um novo conceito gastronómico. O espaço, que conta com uma ampla esplanada, possui ainda uma loja de produtos 100% portugueses e abriga o primeiro Dessert Bar do país (já lá vamos).

Num espaço aberto e com paredes de vidro, vê-se a vida lá fora a passar; vê-se o Tejo e Alfama; mas também consegue-se espreitar o burburinho da cozinha, por meio dos dois ‘óculos’ redondos e que por vezes fazem-nos pensar que estamos dentro de um transatlântico – talvez pela proximidade do Terminal de Cruzeiros e do rio. As mesas bem espaçadas (um requisito em tempos de pandemia) e cadeiras confortáveis são um convite para uma refeição sem pressa e surpreendente. Tudo o que se vê é português: da loiça aos copos, das mesas e cadeiras aos produtos que são vendidos no local. Marlene sabe que o seu Zunzum é mais que um lugar para comer; é um marco na cultura portuguesa, um postal para recordar e conhecer o que se produz no país.

A carta é extensa e há opções para todos os gostos – de pratos mais tradicionais aos sabores portugueses revisitados, passando por opções vegetarianas – sempre para partilhar. Inicie com o (simples) e delicioso ‘couvert’, que traz chips de peixe, pão tradicional, brioche, manteiga dos Açores e pasta de chouriço (5€); continue com um surpreendente ‘ceviche’ de espadarte, maracujá, batata doce, pimenta da terra e coentros (10€), uma explosão de sabores, rematada com umas pipocas tão estaladiças quanto inusitadas – um toque pessoal de Marlene. De seguida, um ‘abrebocas’ de sapateira com abacate fresco e ovas de truta limpam o palato e precedem uma saborosíssima ‘tartlete de bacalhau’ com natas: croustade de tinta de choco, brandade de bacalhau, bacalhau escalfado e ervas (9€, 2 unidades). Na sequência, as incríveis ‘espetadas de porco preto grelhadas’, com milhos fritos, ketchup de pimento picante, salada de legumes e pickles (12€, 2 unidades) confortam o paladar e o estômago de quem adora churrasco.

Se depois de tudo isso ainda tiver apetite para outros pratos salgados, pode sempre experimentar os sabores mais tradicionais, caso do arroz de pato (10€), o polvo à lagareiro (13€) ou ainda o bife de novilho maturado (24€).

Não saia de lá sem antes beber um dos maravilhosos cocktails da carta e provar uma (ou algumas) das incríveis sobremesas da casa… aliás, quando o Dessert Bar arrancar em pleno, poderá pedir um menu de degustação só com sobremesas, feitas ao momento para o cliente.

E assim tem-se uma fabulosa experiência gastronômica e sensorial no Zunzum, que arranca com garra, determinação e criatividade, como sinal de que a restauração tem de resistir à pandemia.

Zunzum Gastrobar
Edifício Norte, Doca do Jardim do Tabaco, Terminal de Cruzeiros de Lisboa
1100-651 Lisboa
De quarta a domingo, das 17h às 23h.

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