
20 fev RIO MARAVILHA TEM UMA NOVA E SURPREENDENTE CARTA
“Isto aqui, ô, ô, é um pouquinho de Brasil, iaiá…”. Isso aqui é o Rio Maravilha, um gastrobar que é uma homenagem ao Tejo e ao Rio de Janeiro
Crista Rainha, de autoria de Leonel Moura, faz ‘companhia’ ao Cristo Rei
Com uma vista de tirar o fôlego sobre o rio e sobre Alcântara Industrial, esse hotspot lisboeta teve sua abertura em outubro de 2015 e desde então, tornou-se referência em restauração de casual dinning.
Com um conceito que mescla comida contemporânea e cozinha criativa, é no fundo um restaurante onde se ouve música e se bebe um cocktail. A palavra de ordem é ‘convívio’: desde quando se chega até à saída, tudo convida à interação. Das mesas coletivas do bar e sofás nos cantos da ante-sala, da cozinha aberta – e criativa – do chef Bruno dal Bianco, às projeções multimédia nas casas de banho, tudo leva à interação.
Chef Bruno Dal Bianco na sua cozinha maravilha
Cozinha aberta e criativa
O espaço de refeições (que é o mesmo espaço do refeitório dos antigos funcionários da fábrica que ali funcionava) dispõe de grandes janelas de vidro, onde se tem uma vista privilegiada da Ponte 25 de Abril e do Cristo Redentor. Foi neste espaço onde tivemos uma verdadeira – permitam-me o palavreado – orgia gastronómica, com direito a punheta de bacalhau e tudo. Sob o comando do chef ítalo-brasileiro Bruno Dal Bianco, a sucessão de pratos teve início com a Punheta Maravilha: bacalhau desfiado com purê de feijão branco, pipoca de feijão, tomate confit e rebentos de alho francês (10.50€), uma óptima opção para começar a noite. O conceito do restaurante é a partilha dos pratos, ao que se seguiu umas gambas panko com emulsão de coco, ananás braseado e areia de amêndoa (15.90€) e ainda, um saboroso velouté de cenoura amarela, micro legumes e caranguejo de casca mole com fondue de queijo (10.50€). Para finalizar as entradas, um surpreendente creme de abóbora fumada com cogumelos e carne seca (6.60€), quase uma iguaria por estas bandas.
Gambas panko, 15.90€
Velouté de cenoura amarela e caranguejo de casca mole com fondue de queijo, 10.50€
Creme de abóbora fumada com cogumelos e carne seca, 6.60€
De pratos principais, um inusitado risoto de beterraba com creme de gorgonzola, lima, mel selvagem, grana padano e pesto genovês (16.90€), e uma releitura do bacalhau a lagareiro com azeite em pó, o prato-estrela da noite (19€). Ambos os pratos lindamente harmonizados com vinhos Casal de Santa Maria Tinto 2012 (21€) e Vicentino Branco 2014 (22€).
Risoto de beterraba, grana padano e pesto genovês, 16.90€
Bacalhau com pó de azeite, 19€
De sobremesa, um tiramisú com macaron de capuccino, língua de gato e gelatina de marsala (7.50€), suavemente equilibrado e acompanhado com expresso martini com hortelã (7€) fechou a degustação em grande.
Macaron de capuccino com tiramisú, língua de gato e gelatina de marsala, 7.50€
Pra não dizer que não falei do álcool, e como eu ja tinha antecipado, aqui também se bebe. E bem! As bebidas provenientes do fabuloso bar de Diogo Petronilho surpreendem pela positiva: gin fizz de manjericão e gengibre (8€), equilibrado e adoçado à perfeição, e ainda um run sour de ananás braseado, mel, alecrim e paprika (8€) alegraram os presentes.
Crista Rainha iluminada à noite
No final da noite, e como um mimo especial ao Senhor Estilo, conhecemos o terraço (normalmente fechado nesta época, dado ao frio e a chuva). Uma intervenção artística rouba a cena: a Crista Rainha. A cara-metade do Cristo Rei é uma estátua impressa em 3D, de autoria de Leonel Moura. Originalmente, esta estátua foi feita a pedido de uma marca de automóveis para um evento de lançamento de um de seus produtos, tendo sido posteriormente arrematada pelo Rio Maravilha e perfeitamente posta no rooftop: de frente para o Cristo Rei, a fitá-lo, de braços abertos, da mesma forma que o faz o Cristo, na margem oposta do Tejo, acolhendo e reforçando o sentido de bem-estar e partilha proposto pelo restaurante.
E se o Rio de Janeiro continua lindo, o Rio Maravilha continua espetacular, alegre e descontraído, à espelho “desse Brasil que canta e é feliz, feliz, feliz”.
Rio Maravilha
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